Friday 26 November 2010

TraTor


Não escrevo palavras de amor
Mas escrevo palavras de dor
Pois sem a dor não escrevo sobre amor
É assim que o meu sangue é bombeado
Por cada fenda no meu corpo
Uma crosta de amor

Os Ceios de Palma


Tenho medo do Palco
Tenho medo da Plateia
Deixei as calças para eles
Palco e Plateia
Ver se tinham medo deles próprios
As calças são prateadas
A cor da sala é estupidamente
Dourada

Thursday 4 November 2010

bubusura

Primeiro nasceu a USURA com pés de barro
Depois veio o desejo de erguer mais
De seguida veio a cadência em formas de braços de Prata
O restante veio por teorias desafogadas e palavras Amestradas
Colocando-se em modo transitário e embrionário
A voz desta besta foi ouvida em todos os pastos
Clamando: USURA !!!! USURA !!!
- é uma ternura esta farsa-
A voz desta besta chegou a todo lado e em resposta, balidos e grunhidos chegaram.
Alimento para esta besta que foi respondida com vida
Ergue-se mais uma vez
USURA !!! exclamou esta besta petrificada em ascensão!!
USURA !!!
De seguida o seu tronco de respiração expandiu-se e libertou odores, com traves de papoila e musgo seco
Parou e defecou
- Nasce O Novo Mundo das fezes de uma Besta com pés de barro
Mundo erigido de excessos vazios
Alimentado por grunhidos fingidos
Esculpidado em terraços espaciais
A besta que é besta abraça este mundo como único viveiro para a sua existência
Vive Morto
Vive perante a Morte

O Ser Animus e O Ter Besta

O ser animal que pensa que é humano, vive numa constante crise existencial
Não tem pernas para caminhar, mas caminha
Não tem olhos para ver, mas vê
Não tem braços para segurar, mas segura tudo o que não vê
Tem pernas para caminhar, mas não caminha
Tem olhos para ver, mas não vê
Tem braços para segurar, mas não segura nada do que vê
Vive na batalha interna pela eternidade do seu ser
Vive para a sua existência condicionada onde pouco lugar existe para a curiosidade
Até porque o gato morreu e todas as suas vidas são repetições daquela que nunca morreu e nunca acabou
São vírgulas sem pensamentos
São exclamações sem palavras
Que dignidade sobra ? senão a de viver cego

Parasitas de Orlão


Sodomitas parasitas a brincarem na chafurdice embalsamada

Em sentido pelos seus desejos de coitos anais, indolores a qualquer fervura

Sodomitas parasitas a elevarem o estado de putrefacção a anéis de diamantes e rubis

Usam e cravam nos seus corpos estes anéis de morte

A marca da USURA está na pele destes corpos nojentos

Coloridos a branco e preto, não vivem pelos sabores da vida

Mas pelos dissabores da morte

Sem alma nem coração

Sodomitas parasitas usurpam toda a seiva das árvores

Sodomitas parasitas bebem todo o sal do mar

Sodomitas parasitas sujam a terra

Seres sem anais, fecundados sem embrião

Medram por nada, espezinhando-se a si próprio

Canibais sodomitas parasitas a viverem em pêndulos de carne pobre

Resistem ao tempo alimentados por germes que noutros tempos foram pastos de alegria

Hoje não reside nada nesses pastos

Hoje existem poças de tristeza com sodomitas de ânus para o ar à espera da alma de perdida

Blasfemadores de órgãos mortos à espera do jus arborizado que nunca irá chegar

Estes pastos que já não são