Saturday 26 March 2011

Assim Falou o deus Barbatana

Jovens Defecadores!
Defendei a vossa pátria humana e fecundai!
Ouçam a voz do vosso coração e a voz das vossas tripas,
Fecundai e enchei a terra com novos rebentos consumidores,
Prestai devoção à vossa razão e enchei a terra com gémeos monoculares,
cujo o propósito é o mesmo que o vosso, jovens defecadores!
Consumir para fecundar!
Este é o vosso propósito, encher a pátria humana com futuros
progressores do intuito parasitário, dominador fecundador, oh felizes defecadores.

Cheios de amor, do coração à tripa, enchei os vossos desejos,
e dai razão à vossa existência.
Esqueçam a sustentação verdejante!
Lembrai-vos apenas da vossa razão, a razão de fecundar.
Tornai-vos infinitos!
Pois o truísmo da vossa condição é consumir-vos até o fim.

Assim fala a inconsciência colectiva, o deus Barbatana.

Friday 25 March 2011

Cinco Minutos de Aro Para o Ar No Shopping mais perto dele

Fritos e desfeitos

Bolachudos seus endiabrados!

Correm com vagar como loucos desesperados

Erguendo os seus sacos reciclados carregados de baterias ionescas

Mastigam freneticamente o que em tempos também foram sacos

Estes de plástico, agora alçados e pintados


Gesticulando os olhos com esgares de felicidade

Ansiosos por mais um fim de tarde

Rebolam e rebolam o bolo alimentar


Sorriem e lambem o prazer de suas bocas

Por entre os dentes esguicham palavras com pêlos

Ruminam pensamentos embalados pelas luzes de alto consumo

Sobem e descem PARADOS!!! - Parados? Francamente! Que horror, Ides a nenhures? -


Rolam o prazer do mais fatigado

Fantoches endiabrados, belos ursos embalsamados

Felizes nas elevações

Felizes nos camarins de provações,



Ahhh espera da sua banha plastificada, banha emprenhada, periodos de gestação para a sua bela comunhão de alegria cega

ohhh meus filhos da Altura, nem sei o que vos diga

Tuesday 15 March 2011

impropriedade

por vezes apetece-me espetar um cravo na cabeça e sentir a chaga dos tempos que vivemos

outras vezes vejo um cravo na lapela de alguém e pergunto se essa pessoa sabe que está a ser um vaso da chaga temporal

não quero usar um cravo na lapela

não quero ser uma jarra

quero usar um cravo espetado na cabeça

o vermelho que quero é de sangue

o meu cravo é preto dos tempos

o meu cravo não é de jarra

o meu cravo vive vermelho do meu sangue


vou pedir a Buda um campo de golfe e tacos de ossos para que cada jogada seja abençoada, pelos corpos das jarras caminhantes com cravos.