Tuesday 15 March 2011

impropriedade

por vezes apetece-me espetar um cravo na cabeça e sentir a chaga dos tempos que vivemos

outras vezes vejo um cravo na lapela de alguém e pergunto se essa pessoa sabe que está a ser um vaso da chaga temporal

não quero usar um cravo na lapela

não quero ser uma jarra

quero usar um cravo espetado na cabeça

o vermelho que quero é de sangue

o meu cravo é preto dos tempos

o meu cravo não é de jarra

o meu cravo vive vermelho do meu sangue


vou pedir a Buda um campo de golfe e tacos de ossos para que cada jogada seja abençoada, pelos corpos das jarras caminhantes com cravos.

1 comment:

Anonymous said...

Muito bom especialmente a parte final em que pedes ao Buda um campo de golfe...adorei!
Eu este fim de semana vou desenvolver a ideia do "amburguês" dedicado aos organizadores de manifestações e revoluções não sê quê rascas, que depois te conto.