por vezes apetece-me espetar um cravo na cabeça e sentir a chaga dos tempos que vivemos
outras vezes vejo um cravo na lapela de alguém e pergunto se essa pessoa sabe que está a ser um vaso da chaga temporal
não quero usar um cravo na lapela
não quero ser uma jarra
quero usar um cravo espetado na cabeça
o vermelho que quero é de sangue
o meu cravo é preto dos tempos
o meu cravo não é de jarra
o meu cravo vive vermelho do meu sangue
vou pedir a Buda um campo de golfe e tacos de ossos para que cada jogada seja abençoada, pelos corpos das jarras caminhantes com cravos.