Monday, 11 November 2013

O homem tentou fugir da terra emitindo “um sinal” para o espaço, sinal esse que  foi recusado, ao ser devolvido pelo satélite natural da terra, a Lua, permitindo ao homem, apenas estender, dentro dos seus limites terrestres a sua intenção de origem: a fuga do pecado mortal(terrestre).

O homem quis se projectar para o sideral, para a eternidade do espaço, mas foi esbarrado pela lua – este esbarrar foi o primeiro acto exopolítico.    

satélite
s. m.
1. [Astronomia]  Planeta secundário que gira à roda de um planeta principal.
2. [Por extensão]  Homem que obedece cegamente às vontades de outro, ou que o acompanha constantemente.
3. Prosélito.
4. Nação ou território ligado a uma comunidade geográfica e política.
adj. 2 g.
5. [Anatomia]  Diz-se dos nervos e veias que seguem um trajecto quase paralelo ao das artérias.
satélite artificial: engenho lançado por poderoso foguetão que entra na órbita da Lua e lá permanece sob a sua atracção.

Tuesday, 13 August 2013

Ao ponto de, (...) todas as pessoas com quem te cruzavas e não se inseriam, ou tu não te (co)ajustavas, no seu entender, aos parâmetros de sociabilidade e manhas de acção, acabarias por ser transportado, cruzamento a cruzamento, para um outro mundo (....). Este mundo tornar-se-ia numa correcção reflexiva, ou dito de outro modo, o teu caminho seria apenas o da tua pura individualidade, cujo objectivo seria chegar ao shangrilá, ou nirvana, ou paraíso, seja lá o que for.
A política, que não existe, deveria ser esta.

No entanto o que há são cruzamentos, formando redes, transmutações comportamentais que na maior parte das vezes dão em: politiquices de merda.

Vive-se no deambular hipnotizante de contactos e comunicações. E é bom que sejam bem decifradas, lidas e compreendidas originando uma resposta perto do excelente. Ou então! Ou então tornas-te um violado da violação geral.

Cada um toca com as cordas que pode, mas algo é certo: todos somos violados por actos políticos de merda, e conexões menos próprias para qualquer vislumbre racional.

Ao som das violas, todos dançamos ao ritmo da batida do poder, e a qualquer custo....a música não poderá parar.

A colectividade, as associações comuns e célebres, desde os primeiros tempos, são festivais globais desta dança de poder, de violações, violinos e violados.........todos unidos pela mesma causa. A necessidade da inscrição do expresso; do reflexo. 

Imagine-se então um grupo de pessoas que tem pouco tempo para festejar - algo que não importa saber, e que até poderia ser festejar a própria vida. Aliado ao pouco tempo disponível, junta-se um pouco de vinho e comida. Supridas então as necessidades básicas deste grupo, o tempo urge para que se organizem da seguinte forma: quem bebe e come mais no pouco espaço de tempo. O instinto do grupo que é comer, e fraudulentamente não ser comido!, organiza-se automaticamente formando, sobreviventes dos tempos do fim e suicidados maneirinhos da natureza humana.... Será este o desígnio com cotações tão naturais, que alegra o festival humano desde o tempo em que se vê o reflexo preso na água?


Thursday, 18 April 2013


(Pensar) (e fazer) […], uma crítica à sociedade capitalista, sociedade de consumo, homem-mercadoria, onde o palco de representação que é o mundo, já não têm espaço para actos de vida. Somos agora números representativos de um fetichismo economicista – onde tudo é para consumo e nada é para a reflexão – a tirania da velocidade e do espectáculo, condiciona a nossa forma de ver e viver o mundo, quer numa perspectiva espiritual, quer num dialogismo racional [...] – hoje somos bombardeados com objectos, à velocidade dos holofotes mediáticos – somos abjectos – somos animais sem consciência – e já não habitamos o verbo, nem o plano das ideias, mas o fosso do luxuoso lixo que a sociedade se tornou. Onde está o animal em nós? – já nem somos ovelhas pertencentes a um rebanho, somos antes [...] consumidores e consumidos, numa linha de produção de e para indivíduos personalizados, cuja a instrução máxima é […]. No ferro-velho iremos encontrar a liberdade.
Somos o palco de uma guerra invisível que se estrutura em ideologias contingentes, formando lixeiras públicas.

"[...] só podemos falar e construir verdades, das mentiras que fazemos e vemos."

Tuesday, 16 April 2013

Monday, 18 March 2013

Um dia

Um dia tive esperança que algo ia acontecer.
Esse dia aconteceu.
Um dia sussurei à areia que nada sabia, mas no entanto disse-lhe que sabia tudo o que havia para saber.
Contei-lhe que aparte do que ela, a areia, via, o mundo estava numa corrida louca para alcançar algo que nunca iria tomar. E que entre essa corrida e pequenas pausas de repouso, o mundo à volta dela estava-se perdendo. Tudo e todos tentavam a todo o custo g_anhar o grande prémio. Mesmo sem saber qual seria a recompensa.
Contei-lhe tudo.
E ela chorou...

Saturday, 5 January 2013

Bolos D'nüí

"Nunca se chega a criar uma opinião devido à constante renovação de temas e assuntos:
Ora, assim, ficamos de fora de qualquer dominância de opinião. E passamos apenas ao estádio da mastigação, e de mastigações, sugestão e sugestões.
Um mastiga e cospe. O outro engole e volta a mastigar, para voltar a cuspir.....que maneio de ruminação. Será então que não passamos de pequenas carruagens, transportando bolos alimentares "doxamáticos"?....vivemos num hiper-mercado da opinião popular!.....de boca em boca!, sempre à espera de boca aberta.
Nada é nosso e tudo é meu.... por enquanto.
E já que a atenção é um bem tão escasso, talvez mais escasso que o ouro ou as hemorróidas dos políticos e executivos, que nada executam, deveríamos, parar a carruagem "ruminatória" que somos, e ganhar um pouco de ferrugem na forma de pensar....talvez ajude...nunca se sabe, e só custa tentar...de boca fechada."

Estas foram as palavras que ouvi, quando estava à espera do meu pão-de-deus, na pastelaria do Largo de Camões.
As coisas que eu ouço por aqui e por ali, são de escrever....algures.

Saturday, 1 December 2012

A inscrição de uma morte sem poema.

A inscrição de uma morte sem poema.
A cidade tornada hospício.
Aeroportos para sujeitos sem alma.
A sociedade está sob tratamento.
A droga da sociedade..é a sociedade.
Corpos esfomeados são usados como
balas na resposta à demência da cidade hospitalar.
Louvores de recusa. 
Clamares de alegria.
Cantos aforísticos que em nada rimam.

e
Mais uma vez a poesia é entregue à morte nunca desejada.

Thursday, 29 November 2012

a virtuosa constância incoerente do ser

No início do tempo kantiano, o homem era transparente e autónomo. Assim se via pensando. Com o tempo, marcando o pensar do homem, criando uma epochê no campo da subjectividade, o debate crítico do sujeito levou-nos a costas nunca antes navegadas, de uma aparência opaca e povoada por dependências transversais. Uma opacidade mediada por transversalidades.
A filosofia da linguagem e a psicanálise fizeram a exposição dessa opacidade e dependência (transcendental). Uma necessidade ocorrida na temporalidade do descentramento do sujeito. Não a unicidade de um eu, mas um eu outro, transformado por processo mediáticos. Não há certezas, nem evidências, apenas contingências interpretativas de uma realidade construída...por sujeitos em interacção - Sub-jectun's
Diga-se de passagem pelo desdobramento interino de sujeitos, ......


Sunday, 6 May 2012

defecação na capoeira


São formas e arranjos para o qual não se está completamente satisfeito, 
apenas pelo facto de se dispor à criação e intervenção, 
utilizando aquilo que se tem às mãos. 
A visão ingénua perante a leitura do local e da matéria.
- Sei que o fresco do trabalho não nasce com beleza, 
apenas com o tempo, e a acção do tempo, é que poderá aparecer alguma beleza. 
- Digo, então, que o gretar do tempo é o camionista da certeza.




"Nem merece a pena olhar-se para um Mapa-mundi que não inclua a utopia, porque deixa de fora o único País para onde a humanidade está sempre a dirigir-se." O.W.

Monday, 6 February 2012

nada

  • Tu ser multifacetado, correspondência estabelecida através dos reflexos do espelho da casa de banho. Sim, tu Ser de várias faces, que correlação fazes ao que vês reflectido na janela do teu outro. Sem qualquer relação de interacção, que fazes tu quando te questionas ao espelho? Será que vês aquilo que és ou aquilo que projectas independente do que é projectado externamente a ti? Sabes realmente a tua história ou apenas és um Ser híbrido da estória que te contaram? A hibridez é uma fantasia tua ou é uma fantasia vendida por portageiros?
  • Impressionante é a variedade de acontecimentos que criam a fantasia que tu tomas por certo.
  • Numa linguagem bélica, aquela que rege o teu pensamento, não faz mais nada que dar ordens de um sistema, do qual não existe um conhecimento pleno, mas apenas uma roçar de dicções fundamentadas por uma teoria geral de sistemas.
  • Um simbolismo interaccionista que condiciona a tua experiência por sondagens e estatísticas, cingindo-te um caminho planeado por terceiros, fundadores de um conhecimento alienante, acções laxativas industrializadas que te colocam, Ser multifacetado, numa posição de carência em corrente directiva para um melhor estar, independente do verdadeiro estar perante o teu reflexo. Ahhh ser estranho habitante desta terra única, pena que não vejas além do que te é dito, pena que não consigas tomar acção daquilo que te dizem todos os dias.
  • Sabes tu, besta urbanizada, os caminhos que já te foram traçados pela injúria sussurrada por outros? Ou caminhas tu ainda crente de uma minoria fabril elaboradora de “verdades”, libertadora de constrangimentos, para ter ditar qual a melhor decisão sobre o teu reflexo?
  • Desde o momento em que foi traçado um caminho, a construção do Eu, tornou-se uma dicção fácil de escrever, para quem detêm o poder eo maneirismo de manipular. São políticos e são agentes feito tanques pensadores, pregadores e sociólogos, advogados e engenheiros, matemáticos e filósofos, que tornam e acrescentam a condição que já te é inerente, meu Ser multifacetado, arrebentado por tanta violência existencial.
  • Ser multifacetado, vou-te contar uma ideia que tenho. Imagina-te um ser curioso, carregado de questões e carregado de uma única certeza, a certeza que não há certezas, e que tudo é uma enorme dúvida. Caminhando neste traçado como base da única certeza, como podes tu Ser de várias faces, tomar o discurso de uns como a verdade que te irá condicionar e tornar-se a Tua acção?
  • Sabes tu que tanta coisa providenciada pela natureza já te condiciona, porque é que te entregas a elementos meramente criados pela humanização, para acrescentarem nessa mesma condição?
  • Nasceste condicionado à imagem da natureza e é por essa que devem seguir as tuas faces. Tu deverás seguir dessa condição natural. Nada mais deve restringir a tua acção. Numa colectividade experimental, que é a raça humana, desprovida recentemente de soluções divinas, a equação comportamental do Ser humano e multifacetado, graças à sua capacidade de discernir o melhor para si e para o seu ser existencial, deve basear a sua equação metafórica nas bases e raízes da natureza. Tudo o que parte fora dessa intenção, caminha, já, num terreno extremamente sinuoso e potencialmente destinado à desordem e destruição.
  • Nada vale em tomarmos as coisas como algo de concreto, pois tu Ser multifacetado, não estás em terras sólidas, mas caminhas em areias movediças, onde tu crias a tua bóia de salvação com lianas e coração ou estendes a mão a lógicas plásticas e mundanas entregando-te a safras de uma merda alienante.
  • Não será bem o acordar para um super-homem, mas antes o acordar para um Ser desperto e cônscio do ambiente que está inserido.

Friday, 3 June 2011

Vi o

São as ofensas corporais que não se vêem,
são essas as que doem mais,
e quanto mais repetidas elas são
e mais violentas elas são,
mais elas me salvam de qualquer tentação,
para levar com a escarreta na cara e acordar.

Wednesday, 18 May 2011

Esférico Barrento

Sã e salva é a barbaridade barrenta!
Dentro do esférico barrento
apenas encontro a matéria da qual não é possível escapar.
Isenta de qualquer tributação,
apenas do prestar temporal.

Estou cá por leis da terra e não por leis de homens.
E a constante tentativa do contrário é aborrecida,
e chega até ser depressiva.


E com isso pergunto:

Se tudo é esférico,
porque não voltar à nobreza imposta pela terra?


César é burro e Deus fala por linhas tortas,
e para torto, dentro da minha esfera,
espero definições lineares,

e não sentidos tubulares.
Farto estou de ouvir sermões,
de conformidade e consonância
com a espiral mortal
que as leis de César traçam dia após dia.

Farto estou de ver, as cabras de amores por César,
que desesperam por pastos fertilizados
pelos excrementos de discípulos de tal cabrão.


Como é possível, viveram tais cabras,
com alimento podre à nascença?

Não são nem ovelhas, nem cães rústicos,
são cabras que nem selvagens são!


E quanto aos discípulos, esses seres abjectos, próprios da rejeição verdadeira do grande César,
vivem felizes, fornicando com as cabras domesticadas,
vivem felizes pela regência das suas próprias leis, transmutando-se em vermes,
felizes por esse estado longe de ser barrento,
são felizes pela falta de forma,
e falta de razão
pois nem a lógica que eles congeminam lhes surte apoio,
o que apenas lhes dá rede, são as cabras com as suas peles
esticadas e ressequidas, dependentes de seus queridos vermes, discípulos de César.

Neste esférico que ainda está longe de ser totalmente barrento
...o que é hoje, é ainda nojento.




Thursday, 28 April 2011

O meu pequeno encontro com um indivíduo engomado

maturação

- É a prosti_tuta da crise que querem lhe injectar à força nas veias da salubridade insana, a tentativa(até hoje bem sucedida) de um estado híbrido, entre o medo e fome!
Se o senhor tem medo, faça então crescer mais a sua muralha! você é o seu guarda e você é o seu prisioneiro. Torne-se obediente à servidão. Vá, não vale a pena lutar contra aquilo que você quer ,diga lá, você quer ser escravo. Não se tente enganar, se você não manda em si, você é mandado.
Se tem fome, escave mais na desgraça humana para encontrar a sua raiz do mal, olhe que é com a fome de servidão que o novo homem caminha com orgulho.
Orgulho de ser seu escravo e seu dono.
"Eu quero é viver, não me importa a dignidade, não me importa o direito, o que me importa é viver."
- Não diga isso homem, não diga coisas que ouve de outros que lhe querem mal! Você está é viciado na vida de outros! Vive carregado de intenções que não são as suas, vive no ópio de outros!


Foi assim que encontrei um jovem de 100 anos, deitado entre a calçada e a estrada, não sei se estava à espera do eléctrico para ir a algum sítio, ou se estava à estava à espera do eléctrico para lhe tirar algum sofrimento, mas depois de ter dito estas palavras, levantou-se e foi pela rua abaixo. Talvez o tenha aborrecido com a verdade, ou apenas tenha preferido escolher outro sítio para exercer a sua cobardia.
(É o alongamento do novo homem prisioneiro da sua própria gaiola.)

Saturday, 26 March 2011

Assim Falou o deus Barbatana

Jovens Defecadores!
Defendei a vossa pátria humana e fecundai!
Ouçam a voz do vosso coração e a voz das vossas tripas,
Fecundai e enchei a terra com novos rebentos consumidores,
Prestai devoção à vossa razão e enchei a terra com gémeos monoculares,
cujo o propósito é o mesmo que o vosso, jovens defecadores!
Consumir para fecundar!
Este é o vosso propósito, encher a pátria humana com futuros
progressores do intuito parasitário, dominador fecundador, oh felizes defecadores.

Cheios de amor, do coração à tripa, enchei os vossos desejos,
e dai razão à vossa existência.
Esqueçam a sustentação verdejante!
Lembrai-vos apenas da vossa razão, a razão de fecundar.
Tornai-vos infinitos!
Pois o truísmo da vossa condição é consumir-vos até o fim.

Assim fala a inconsciência colectiva, o deus Barbatana.

Friday, 25 March 2011

Cinco Minutos de Aro Para o Ar No Shopping mais perto dele

Fritos e desfeitos

Bolachudos seus endiabrados!

Correm com vagar como loucos desesperados

Erguendo os seus sacos reciclados carregados de baterias ionescas

Mastigam freneticamente o que em tempos também foram sacos

Estes de plástico, agora alçados e pintados


Gesticulando os olhos com esgares de felicidade

Ansiosos por mais um fim de tarde

Rebolam e rebolam o bolo alimentar


Sorriem e lambem o prazer de suas bocas

Por entre os dentes esguicham palavras com pêlos

Ruminam pensamentos embalados pelas luzes de alto consumo

Sobem e descem PARADOS!!! - Parados? Francamente! Que horror, Ides a nenhures? -


Rolam o prazer do mais fatigado

Fantoches endiabrados, belos ursos embalsamados

Felizes nas elevações

Felizes nos camarins de provações,



Ahhh espera da sua banha plastificada, banha emprenhada, periodos de gestação para a sua bela comunhão de alegria cega

ohhh meus filhos da Altura, nem sei o que vos diga

Tuesday, 15 March 2011

impropriedade

por vezes apetece-me espetar um cravo na cabeça e sentir a chaga dos tempos que vivemos

outras vezes vejo um cravo na lapela de alguém e pergunto se essa pessoa sabe que está a ser um vaso da chaga temporal

não quero usar um cravo na lapela

não quero ser uma jarra

quero usar um cravo espetado na cabeça

o vermelho que quero é de sangue

o meu cravo é preto dos tempos

o meu cravo não é de jarra

o meu cravo vive vermelho do meu sangue


vou pedir a Buda um campo de golfe e tacos de ossos para que cada jogada seja abençoada, pelos corpos das jarras caminhantes com cravos.

Friday, 18 February 2011

Entre Dias


-O que me inspira, transpira da minha alma. O que me aspira, expurga a minha alça (embora não use calças).
Se for assim que se passa, nem sei o que fazer
quando a alma não é pequena como aquela traça
que me aborrece todas as noites em que espero
aquilo que me inspira.
Aquele Salsa que transpira pela rua abaixo.
Sem que lhe dê atenção, continuo a ouvir os discos da minha Avó.
- são da Amália. De quem mais poderiam ser.


Assim disse eu ao Dias, que me perguntou algo que já esqueci.


Wednesday, 9 February 2011

Lagoa do Caimão


2 Gansos, 2 Patos,
22 Peixes, 22 Vacas,
Fetos e afectos,
Linguas serpenteadas no chão.
222 pegadas de Vaca,
21 bostas de Vaca,
2 passáros não identificados,
Uma em duas linhas de folhas de feto.
Lamento o corte.
Centopeando pelas linguas serpenteadas ao longo
da costa frontal do Pico da Lagoa do Capitão,
aquele jogador que nunca chegou.

Cobras almiscaradas pela ronda de 826 metros,
flutuam discretamente sem serem vistas,
mergulhando nas nuvens do reflexo do lago,
aguardam o seu capitão,
que irá chegar montado num camaleão amestrado.


Rola a pistola na Rua 21


Nascido eu em campos longínquos!
Era uma folha verde e esverdeada,
como todas as outras folhas eu ia ficar
castanha e acastanhada.

Pensei eu ao ser enrolada
que melhores sabores por aí vinham!

Ao ser enrolada
de folha pendurada
que enrolado fui e fiquei,
tornei-me papel bruto.
Deixei de ser folha e passei a ser
seco e enrolado,
passei a ser embrulho enxuto.

Raios que já era um cigarro!

Quando dei por mim
senti aquele fogo
pensei feito folha
que feito cigarro
que era folêgo de vida
aquele toque de alquimista.
Quando quê!?
Porra, já estava a ser fumado,
feito ser inalado.

Fui em fumo por entre
seres castanhos e olhares estranhos
um ser nefasto foi aquilo que me tornei
não por mim
mas por quem eu odiei!
Naquele momento em que pensei
que era o fôlego que tanto almejei!

Hei!

O que resta de mim
está neste buraco.
Foi na rua garrett
que eu assim vivi.
Feito cigarro amachucado!


Oh pobre de mim, que nem felicidade trago,
àqueles que dou gosto amargo.
Ah!, mas resta-me a felicidade, que em breve
vou ser reciclado.



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Tuesday, 1 February 2011

Sessão Onírica, onde se debate a realidade distante.

1ª Pergunta –
Onde estamos?
Resposta –
Estamos na terra vermelha, entre a costa sul e o expoente este, de lá vê-se a costa norte virada a oeste, mas inacessível devido à falta de estrume.

2ª Pergunta –
De onde viemos?
Resposta –
Não se sabe, mas segundo testemunhos perdidos, viemos do espaço num casulo incandescente que falhou a sua trajectória, esta falha fez com que a substancia mucosa originária de vida fermentasse demasiado, alterando a codificação do gene.

3ª Pergunta –
Para onde vamos?
Resposta –
Também não se sabe, mas devido ao excesso de fermentação e consequente alteração do genoma humano, todo o caminho está entregue ao acaso, dirigido pela volatilidade de temperaturas, tanto gélidas como excessivamente quentes, criando picos ou estagnações no desenvolvimento do ser humano, o que por sua vez dá origem a uma não coerência na estruturação.

4ª Pergunta –
Qual o nosso propósito?
Resposta –
Aparentemente não há propósito, mas existe uma constante tentativa de criar ou engendrar um propósito universal, já que sem propósito não há razão de intenção. Esses mesmos propósitos fictícios são de uma variedade infinita, desde razões económicas, ecológicas, alcoólicas, etc.
Dito isto através do sistema de pergunta-resposta, fica-se sem saber realmente o que passou entre o tempo do começo e o tempo futuro do fim

Thursday, 6 January 2011

Técnicas Furatórias

Consultório do Dr. Octano, consulta à Sr.ª Ecolália , Fevereiro de 1999



- Você tem veneno Thomenhtirannush na sua língua, diga ahhh, você tem abelhas à volta do seu recto, você precisa de uma má operação!

- Enfermeira, dê-me as tesouras, … martelo, …. Chama, …. Elástico…Ok está quase, encaixa, oh ela está a sangrar!... Eu não consigo parar a hemorragia….mais gaze, por favor despacha-se! Bhshhh

Enfermeira vai um café? …….


- Metade tubarão metade homem metade crocodilo –


Assim nasceu o deus Barbatana, uma pele de invejar, dentes substituíveis, olhos em angular e cauda na diagonal, é vegetariano entre refeições canibalescas, adorna-se de flores azuis, que nascem no couro cabeludo da tribo do Burrué, a parte humana é para enganar o mais distraído.

A mãe do deus Barbatana morreu durante o parto de intoxicação alimentar e gangrena. Ninguém sente a falta da mãe. O pai não consta em nenhum registo da clínica do Dr. Octano, mas pouco antes da mãe morrer, ainda sussurrou ao ouvido da enfermeira, dizendo que o pudim não presta e o pai do então deus Barbatana, atacou-a por trás enquanto dormia, numa noite fria de muito nevoeiro, junto do pontão nº 21 do Cais da Alameda de Cima, por isso não sabe quem é o pai.

Barbatana viveu a sua adolescência no orfanato Maria das Natas no Entroncamento,atingindo a fase adulta, fugiu pela rua abaixo e não foi visto até então.

A informação aqui prestada é da minha exclusiva responsabilidade.

Isto dito, O deus Barbatana espera ingressar no Conselho de Administração da Associação de Vida Selvagem e Doméstica do Hemisfério Central da Região do Interior – A.V.S.D.H.C.R.I.- para implementar o canibalismo molecular no interior do hemisfério central, e obter subsídios para criar a primeira escola para indivíduos monoculares. Recentemente acabou um workshop de dissecação testicular de Babuínos e Lémures. O seu conhecimento da fauna e flora, passa por análise de excrementos de varejeiras e restos de polén não-polinizados de Túlipas-Anglicanísepunderas. É também especialista em Trompas de Orquídeas e patas traseiras das Abelhas Assassinas de África e alfinetização da Íris de Lulas gigantes. Como hobby é Taxidermista de Thénias-Rex e Pandas Anões(apenas grupos de 6).

Não há muito mais a dizer acerca do deus Barbatana, mas caso exista alguma questão sobre o seu paradeiro, a resposta é, e sempre será – Local Indefinido.