Tuesday, 29 March 2011
Saturday, 26 March 2011
Assim Falou o deus Barbatana
Defendei a vossa pátria humana e fecundai!
Ouçam a voz do vosso coração e a voz das vossas tripas,
Fecundai e enchei a terra com novos rebentos consumidores,
Prestai devoção à vossa razão e enchei a terra com gémeos monoculares,
cujo o propósito é o mesmo que o vosso, jovens defecadores!
Consumir para fecundar!
Este é o vosso propósito, encher a pátria humana com futuros
progressores do intuito parasitário, dominador fecundador, oh felizes defecadores.
Cheios de amor, do coração à tripa, enchei os vossos desejos,
e dai razão à vossa existência.
Esqueçam a sustentação verdejante!
Lembrai-vos apenas da vossa razão, a razão de fecundar.
Tornai-vos infinitos!
Pois o truísmo da vossa condição é consumir-vos até o fim.
Assim fala a inconsciência colectiva, o deus Barbatana.
Friday, 25 March 2011
Cinco Minutos de Aro Para o Ar No Shopping mais perto dele
Fritos e desfeitos
Bolachudos seus endiabrados!
Correm com vagar como loucos desesperados
Erguendo os seus sacos reciclados carregados de baterias ionescas
Mastigam freneticamente o que em tempos também foram sacos
Estes de plástico, agora alçados e pintados
Gesticulando os olhos com esgares de felicidade
Ansiosos por mais um fim de tarde
Rebolam e rebolam o bolo alimentar
Sorriem e lambem o prazer de suas bocas
Por entre os dentes esguicham palavras com pêlos
Ruminam pensamentos embalados pelas luzes de alto consumo
Sobem e descem PARADOS!!! - Parados? Francamente! Que horror, Ides a nenhures? -
Rolam o prazer do mais fatigado
Fantoches endiabrados, belos ursos embalsamados
Felizes nas elevações
Felizes nos camarins de provações,
Ahhh espera da sua banha plastificada, banha emprenhada, periodos de gestação para a sua bela comunhão de alegria cega
ohhh meus filhos da Altura, nem sei o que vos diga
Tuesday, 15 March 2011
impropriedade
por vezes apetece-me espetar um cravo na cabeça e sentir a chaga dos tempos que vivemos
outras vezes vejo um cravo na lapela de alguém e pergunto se essa pessoa sabe que está a ser um vaso da chaga temporal
não quero usar um cravo na lapela
não quero ser uma jarra
quero usar um cravo espetado na cabeça
o vermelho que quero é de sangue
o meu cravo é preto dos tempos
o meu cravo não é de jarra
o meu cravo vive vermelho do meu sangue
vou pedir a Buda um campo de golfe e tacos de ossos para que cada jogada seja abençoada, pelos corpos das jarras caminhantes com cravos.